Do outro lado

   Hey! Mais um dia... Acho que a palavra certa não seria bullying, mas confesso que gosto de nomear pessoas lá da escola. Acho engraçado, aliás, não tenho motivo nenhum para eu parar, pois toda vez que eu faço alguma brincadeira do tipo, todo mundo ri, menos, obviamente, a vítima!

   Enfim, depois de um dia inteirinho de brincadeiras engraçadas, fui descansar, estava muito cansado por esse dia tão tenso! Hoje foi o dia em que eu fiz mais bullying, quero dizer, brincadeiras! É melhor eu dormir logo, viu? Mas logo após de deitar, tive um sonho muito esquisito, muito estranho. Eu era o cara mais ''bullynado'' por incrível que pareça isso aconteceu no trabalho.

   Depois de viver aquilo, percebi que não era a mesma coisa estar do outro lado. Então acordei e fui logo me desculpar pelas minhas atitudes, porque isso não deve se fazer com um ser humano. Essa mensagem eu digo para você, que está lendo esse texto: pense duas ou mais vezes antes de fazer algo.

Pensando no futuro

Depois de jantar e depois de ouvir reclamações da minha mãe sobre o quarto bagunçado, me peguei pensando de novo sobre como seria o mundo, tipo daqui à 200 anos. Na minha opinião, acho que já ouvimos muita gente falar que depois de alguns anos, irão existir carros voadores, ou até mesmo algumas dessas coisas que só os filmes possuem. Mas hoje, estamos julgando as ações de nossos avós perante aquela época em que viviam sem celular, sem computadores, apenas de cartas, 'fuscas' e outros.
E com isso, imagino como seria realmente o futuro. Todos criticando a nossa tecnologia de hoje e comparando-nos com eles como estamos fazendo hoje em relação ao passado. Eu, se pudesse ver o que aconteceria no futuro, ficaria encantada, óbvio. Mas, e se deixássemos o futuro de lado e nos ligarmos ao presente?
Nós estamos vivendo a 'História', e no futuro, vão falar de nós, vão falar do que estamos vivendo hoje, também vamos estar nos livros e nem sei se lá no futuro irão ainda existir. Prefiro pensar no hoje, em cada segundo deste dia. Do que adianta pensar no amanhã se não vivermos o presente, não é mesmo?
Aí, depois desses pensamentos, o que me restou mesmo foi dormir.

Humilhante

   Hoje foi o dia mais humilhante da minha vida. Vou contar como foi:
- Júnior, hoje nós vamos passar na casa de Thaís?
(Júnior, motorista do meu transporte)
- Sim, mas antes vamos ao posto de gasolina, ok? Preciso abastecer. E quando pararmos, não se esqueça de avisar aos de trás que é pra descer do carro, pois ele é abastecido à gás.
- Tudo bem. - disse sem paciência de esperar.
   Quando paramos, era minha fez de descer do carro e adivinha o que aconteceu? Caí de cara no chão e não bastaria viver "só" aquilo e depois de segurar o choro, levantei do chão imundo e minha bermuda, que não me ajudou nesse momento, rasgou humilhantemente! Todo mundo riu, e eu lá, caída no chão, tentando segurar o choro de novo. Meus Deus, como eu consegui fazer essa proeza, sério?

O dia da foto

Como toda escola, hoje foi o dia de tirar foto na minha sala. Eu, feliz da vida, vou ao encontro à classe... Assim que me sentei na carteira, um menino, chamado Zé, se apoiou na carteira com toda a força do mundo e me fez cair machucando a minha cabeça!
Quase perdendo a memória pelo tombo que havia levado no chão, vi até estrelas voando em minha frente. Me levantei e fui normalmente como se nada estivesse acontecendo para minha cadeira ata que, para a minha maior tristeza... Era a hora da foto.
Enquanto eu estava na fila, pedi para o tiozinho me emprestar o espelho e a escova de cabelo. Bem nessa hora, lá vem Zé de novo e paf! Cai no chão de novo (valeu Zé) e quebrei o espelho. Graças a Deus os cacos de vidro não caíram em meus olhos!
Depois da foto (e da humilhação do espelho), fui direto para a sala (ainda bem que não encontrei o Zé até lá) e sentei em minha cadeira novamente, assisti o resto das aulas me escondendo do atrapalhado e sonso Zé. 
Quando chegou o final da saída eu falei para mim mesma: "Mais um dia..."

Bullyng: eu vivi.

   Eu já vivi histórias tristes no ano passado. Lá, no colégio, muitos me criticavam pelo meu jeito de ser. Era quase uma espécie de Bulling. Chegava chorando em casa por eu não ter amigos verdadeiros, simplesmente falavam mal de mim pelas costas. Na hora da saída, ou no intervalo, não aguentava, pois me apelidavam com nomes que não gostava, eram esses: nega louca, dentuça, nega de sovaco cabeludo, negra bruxa, e muitos outros... Engraçado, né? Para mim não. Não sabe o que é ser rejeitada por aqueles que você considera "amigos".
   À noite, por incrível que pareça, ligavam tarde e me xingavam sobre como eu era feia e ignorada. Sobre isso, minha mãe ria, pois ela achava que eram coisas que eu ficava pensando em minha mente, para ela, não se passavam de apenas mentiras e desculpas. Eu era uma menina pobre. Quando não conseguia dinheiro, meus pais me batiam.

   Na aula, jogavam infinitas bolinhas de papel em mim, e ainda me chamavam de "Dragão do inferno", sim, me chamavam assim. Sofria e sofria muito por não ter amigos, nem meu cachorro (que consideram o melhor amigo do homem) me apoiava. Mas Deus estará sempre ao meu lado dizendo sempre essa frase: "Quando você cair eu te levantarei".